segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"Ler devia ser proibido" por Guiomar de Grammon



LER DEVIA SER PROIBIDO


A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.


Ler pode tornar o homem perigosamente humano.



Olá Desligadas! Eu gostei muito deste texto então resolvi posta-lo para vocês! Espero que tenham gostado

domingo, 27 de dezembro de 2015

10 Motivos para amar Melanie Martinez

Olá pessoas! Fiquei bem sumida mas agora eu voltei com uma listinha bem legal de 10 motivos para amar Melanie Martinez.

1- Ela tem um estilo próprio super legal e diferente e tem um cabelo DIVO.



2- Ela é super fofa!




3- Ela participou da terceira temporada do The Voice e fez uma versão incrível de Toxic da Britney Spears, tocando violão e pandeiro com os pés!



4- Ela tem os melhores clipes



5- Ela lançou um álbum incrível chamado Cry Baby



6- Ela ama American Horror Story e foi trilha sonora da 4 temporada da série.



7- Ela tem músicas incríveis e é uma ótima compositora.



8- Ela ama filmes terror.




9- Ela coleciona brinquedos Vintage



10- ela sofria bullying na escola por postar seus covers na internet. Parece que o jogo virou, não é mesmo?


***
Foi isso pessoal! Espero que tenham gostado da Melanie, eu sou super fã dela e do seu trabalho, e acho que ela merecia mais reconhecimento.

Até a próxima desligadas!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

The Secret Life of the American Teenager

 Assista Online

Olá garotas! Hoje vim falar de uma série que venho assistindo The Secret Life of the American Teenager, ou em português A vida secreta de uma adolescente americana. Embora seja uma série tecnicamente antiga, e já ter acabado, tenho assistido bastante e me prendi a história.




A série conta a historia de Amy Juergens, que aos quinze anos, sua vida vira de ponta cabeça. Após passar uma noite com Ricky num acampamento de verão, ela engravida. Logo depois, começa a namorar Ben, um jovem compreensivo, porém ciumento. Contando sempre com o apoio de sua irmã Ashley e dos amigos de colégio, Amy vence os desafios desta interessante fase de sua vida.
Ok, esta história de "vencer o desafios.." parece muito alto ajuda e clichê, mas a série trata de assuntos sérios.

Esse não é o tipo de série que costumo ver, normalmente o andamento das outras séries são mais rápidos com mais ação, mas essa me predeu por causa da história, eu realmente estou disposta a ver todas as temporadas para saber o que acontece.

The Secret Life of the American Teenager  ( A Vida Secreta de uma Adolescente Americana ) é uma série de televisão produzida pela ABC Family e criada por Brenda Hampton. Teve sua estreia em 1 de julho de 2008.

Primeiro episódio: 1 de julho de 2008
Episódio final: 3 de junho de 2013
Tema musical: Let's Do It, Let's Fall in Love
Criadora: Brenda Hampton
Gêneros: Drama, Drama teen, Família, Filme de família






Espero que vocês tenham gostado e que assistam a série, Obrigada pela visita e até a próxima!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Um texto por Vickie do Chiclete Violeta


A pouco tempo eu estava olhando o blog Chiclete Violeta quando me deparei com esse texto escrito pela autora do blog, Victoria ou Vickie O texto foi inspirado no livro Morte Súbita. Gostei muito dele então resolvi traze-lo para vocês. Espero que gostem...



Ela acordou. Que dia difícil. O jeito foi dormir a tarde inteira. Olhou no espelho. Cabelo liso. Por que isso? Todas as amigas dela tinham cabelos volumosos e coloridos, e ela tinha um cabelo sem graça. Ele estava certo. Ela era feia. Olha esse rosto. Olha esse corpo. Que gorda. Precisa fazer imediatamente uma dieta. Mas ela está olhando pra um pacote de Doritos. Senta-se na cama, abrindo o pacote. É bom. Ela aposta que as amigas comem toda hora. Afinal, todas são magras. Terminou. Já? Levanta de novo. Meu Deus, ela deve ter engordado 500 quilos! Mas isso não é possível.... olha essas pernas grossas! Que horror, nenhuma calça deve caber nela. A mãe chamando. Que raiva, será que ela não podia ficar em paz? Mas paz era a última coisa que ela tinha. A calça do uniforme estava apertada. A blusa também. Os pés gordos pisavam o chão frio. Ela abriu a porta de madeira. Devia ser umas oite, nove horas da noite. Pensou. O menino que ela gostava. A chamou de gorda na frente de todos! Lembrou-se das risadas, das pessoas apontando. Lembrou-se da mãe ligando para o nutricionista. Ela devia estar com obesidade mórbida. O banheiro estava fechado. Ela empurrou a porta. Subiu em cima da balança. Não. Não tinha coragem de olhar o número. Deveria? Não. Desceu. Olhou para o vaso sanitário. A tampa estava levantada. Olhou no pequeno espelho. Olha essas espinhas. E essas manchas terríveis debaixo dos olhos. Olheiras? Deveria ser. Não dormia direito há séculos. Sentiu o estômago embrulhando e aquele gosto picante na boca. Ajoelhou-se. Colocou o dedo gordo na garganta. Pronto. Tudo pra fora. Que nojo. Nojento, como ela. Se sentia mais magra. Deu a descarga e voltou para o quarto. Trancou a porta.
Por que ela tinha que ser tão feia? Tão chata, tímida. Não tinha amigos. A única amiga a trocou. Era filha única, nada de experiência social. O pai trabalhava o dia inteiro e tinha certeza que a mãe tinha vergonha da filha. Lágrimas brotaram nos olhos amendoados. Ela tinha que ser bonita. Só assim ele ia gostar dela. Tinha que ser magra. Afinal, todas as mulheres bonitas são magras, não é? Nenhuma modelo usava óculos, nem aparelho. A Angelina Jolie? Nasceu perfeita. Não nasceu prematura e doente que nem ela. Não nasceu com diabetes. Não tinha que esconder barras de chocolate debaixo do travesseiro. Não tinha que injetar uma substância todos os dias na barriga. Lembrou-se do Halloween, quando a garota popular, aquela ruiva, metida... disse que não precisava de fantasia. Óbvio que não, já era um monstro. Lembrou-se do banheiro trancado. Da dor no coração. Do apontador no bolso direito. Daquela lâmina afiada e da sensação de cortar a própria pele. Ver o sangue jorrando. Queria morrer. Queria sumir, desaparecer. Lembrou-se também do aniversário da amiga. Teve que injetar a insulina na frente de todos. Lembrou-se dos barulhos de vômito, das zoações e brincadeiras. Lembrou-se dela pegando o celular tremendo. Da voz da mãe. Do apelo. Lembrou-se da coordenadora. Que disse que ela não precisava se preocupar. Que tudo iria ficar bem. Mas logo saiu, para o refeitório. Sentiu o cabelo molhado. Será possível que jogaram refrigerante nela? Era. E aqueles mugidos. O apelido de vaca. A chamavam de vaca. Por que? O que ela fez? Sabia. Ela não era perfeita. Era burra, gorda, feia e antissocial  Não lembra da última nota acima de seis que tirou. Não lembra de uma conversa com o pai sem ser chamada de irresponsável. Mas como poderia estudar se as pessoas a chamavam de hermafrodita, de nojenta, de ridícula? Toda vez que levantava a mão para perguntar algo, ficavam mugindo. Como iria estudar olhando a ex-melhor amiga se divertindo com a ruiva? Como poderia sequer pensar em se esforçar quando o menino que era apaixonada ficava fazendo barulhos de vômito quando a via? Não tinha amigos. Era sozinha.
Pegou a lâmina. Pequena. Ela estava cansada disso. Estava doendo. Sua última sessão deixou marcas. Estavam em pleno verão e tinha que usar mangas compridas. Lembra-se da última aula de matemática quando um dos cortes recomeçou a sangrar e encharcou a prova da menina. Lembra-se da enfermeira. A enfermeira viu. Teve que implorar para não contar para seus pais. Disse que era seu gato. Isso não funcionava. Então levantou-se e escreveu com a lâmina na própria barriga: feia. Estava doendo. Talvez a gordura saísse. Mas só saia sangue. Pegou o lençol e amarrou. Deitou na cama e recomeçou a chorar. Que menino iria querer sair com uma garota cortada? Toda machucada, sangrando e...feia? Vaca. Nojenta. Burra. Hermafrodita. Não podia conter o choro. Não sorria mais. Não se lembrava da última vez que riu. Abriu a gaveta. Cheia de comprimidos. Abriu vários. Quantos? 10. Olhou para o copo d'água. Estava quase vazio. Tinha que ser rápida. Escolheu só cinco. 10 era muito. Os maiores. Como ela. Ingeriu tudo rapidamente. Sentiu enjoo. Tontura. Nojo de si mesma. Ah, como se odiava. Antes dos remédios fazerem efeito, voltou a banheiro. Se pesou. Olhou o número com olhos arregalados. Imensa. Gorda. Era mais do que imaginava. Voltou para o quarto e fechou os olhos. O número flutuando na sua mente. Sentiu um baque no coração. Morreu com aquele número nos olhos. 27 quilos. Com certeza suas amigas eram muito mais magras. Muito mais...perfeitas. 




Espero que vocês tenham gostado, não se esqueçam de passar no blog e no canal do Youtube do Chiclete Violeta, e até a próxima garotas desligadas!

terça-feira, 28 de julho de 2015

Lorde



 Musicas da Lorde

Olá Desligadas! Hoje vim falar sobre música, uma das minhas cantoras preferidas Lorde. As pessoas tem muito preconceito com a Lorde, principalmente por causa da aparência dela, na verdade as pessoas tem preconceito com qualquer cantor ou cantora que esteja fora dos padrões de beleza, e deixam  de fora o que realmente importa, o talento, a música. Eu também tinha um pouco de preconceito com a Lorde, por ela ter dado uma opinião negativa sobre cantores e bandas que eu gostava na época, mas esse ano resolvi não ligar para aparência ou as opiniões de quem está cantando a música, e sim para a música, e assim conheci varias músicas e cantores incríveis.

Garota Desligada
As coisas que mais gosto na Lorde são os significados das letras dela e os ritmos diferentes, cheio de batidas que eu adoro. Estou ansiosamente esperando pelo álbum sucessor do Pure Heroine.

O Pure Heroine possui dez faixas na edição padrão:
1."Tennis Court"  3:18
2."400 Lux"  3:54
3."Royals"  3:10
4."Ribs"  4:18
5."Buzzcut Season"  4:06
6."Team"  3:13
7."Glory and Gore"  3:30
8."Still Sane"  3:08
9."White Teeth Teens"  3:36
10."A World Alone"      
Garota Desligada
Já na edição especial o álbum possui dezesseis, dentre elas faixas que estiveram presentes no seu EP The Love Club

11."No Better"  2:50
12."Bravado"  3:41
13."Million Dollar Bills"  2:18
14."The Love Club"  3:21
15."Biting Down"  3:33
16."Swingin Party"  3:42



Gosto muito de todas as músicas, mas as minhas preferidas são Tennis Court, 400 Lux, Royals, Ribs, Buzzcut Season, Team, Glory and Gore, White Teeth Teens, A World Alone, No Better, Bravado e Million Dollar Bills,Praticamente todas como pode ver, Algumas mais pelas letras outras mais pelos ritmos.


Lorde também fez músicas para a trilha sonora de Jogos Vorazes: A esperança - Parte 1, uma delas é Yellow Flicker Beat .

Se quiserem ouvir as músicas é só clicar em cima dela que vai abrir uma nova aba no Youtube.
Obrigada e até a próxima !

Bem Vindas!

Nunca consigo manter um Blog, mas acho dessa vez vai ser diferente, por que vou falar de coisas que realmente gosto, e do meu jeito. Então, para garotas desligadas como eu, "Garota Desligada", Vou falar sobre tudo, moda, make, decoração, música, livros, séries e filmes. Vou ensinar a fazer coisas, inspira-las em outras. De tudo um pouco e um pouco de tudo no "Garota Desligada".


GarotaDesligadaBlog.blogspot.com